O best-seller de Milan Kundera quase teve o título de O Planeta da Inexperiência. Os personagens de A Insustentável Leveza do Ser são egos experimentando os mistérios da vida numa trajetória de diferentes decisões e escolhas para o desconhecido.
O narrador do romance se coloca como um observador de seus personagens e comentarista de seus atos. Comentando, por exemplo, sobre problemas de relacionamentos afetivos e principalmente sobre o desejo deles de serem felizes. Em A Arte do Romance, o autor aponta que há quatro tipos de romances: romance filosófico, romance histórico, romance psicológico e romance que pensa.
Neste curso veremos que A Insustentável Leveza do Ser é um romance que pensa o kitsch como forma estética do idílio. Podemos compreender que o título pode ter dois significados: o insustentável idílio ou a insustentável felicidade. Desse modo, os seus personagens desejam ardentemente a realização do acordo categórico do ser.
Não necessariamente de modo consciente, mas por impulso ontológico que os impele a negar os conflitos existenciais e acreditar na possibilidade da harmonia perfeita.
Vida e morte são sem sentido. Viver e morrer são mistérios absurdos, de difícil compreensão para o ser humano. O narrador kunderiano em A Insustentável Leveza do Ser evidencia o fenômeno do kitsch que é a miséria humana e de como os homens e as mulheres fazem de tudo para ocultar as próprias sombras existenciais.